De cantora revelação juvenil ainda nos anos 90, para um dos nomes mais quentes do atual pop sueco. A carreira da cantora e compositora Robyn se divide entre estas duas metades. Robin Miriam Carlsson, 31 anos, já está na estrada desde os 16 anos. Aos 18, lançou o seu primeiro álbum, “Robyn is here” e logo conseguiu um grande sucesso na Europa. Agora, às vésperas de começar uma turnê no verão americano, abrindo para a cantora Katy Perry e para Marina & The Diamonds (em datas separadas), mais gente vai conhecer a loura topetuda, que até lembra um pouco a jovem Vanusa, mas com atitude de uma LaRoux.
O passado, repleto de prêmios locais, é… passado. Mas, com o lançamento de seus discos gêmeos, “Body talk, pt. 1″ e “Body talk, pt. 2″, cada um num semestre do ano passado, o nome de Robyn passou a circular também nos meios alternativos. O seu electro-pop, de leve pegada dance, pega e fica. E, antes do ano acabar, ela lançou uma edição especial, “Body talk, pt. 3″, para o mercado americano, com o melhor dos dois discos, incluindo faixas extras.
Mas, há tanto a dizer assim, embora sejam apenas 8 faixas em cada disco? De certa forma, sim. A primeira parte de “Body talk”, por exemplo, é mais, digamos, “suja”, com letras mais ousadas. Como a faixa de abertura, “Don´t fucking tell me what to do”, no qual ela desfila uma lista de coisas que lhe torram a paciência e lhe tiram o sono, do agente ao namorado, sem descontos. De quebra, o disco traz como faixa-extra um clássico instantâneo, “The girl and the robot” (com o conterrâneo Royksöpp), uma daquelas músicas que só podiam vir da Europa, com seus climas kraftwerkianos, que pedem uma disco ball e alguma fumaça na pista.
Já a parte 2, melhor no conjunto de obra, repleta de faixas fortes para rádios e clubes, traz até uma participação do rapper americano Snoop Dogg na contagiante “U should know better”. No geral, o trabalho de Robyn remete a várias coisas que ouvimos antes vindas da Suécia, desde o pop do Abba, passando pelo rock reflexivo do Cardigans, com incursões de raspão pelo reggae, a la Ace of Base (“Dancehall queen”), até chegar no eletrônico de nomes contemporâneos como Royksöpp (que assina a faixa “None of dem”, que está no primeiro “Body talk”). Mas, no balanço geral, a segunda parte de “Body talk” é mais homogênea, com Robyn soando, de raspão, como uma Kylie nórdica, sem as afetações desta, mais pelas harmonias vocais e um certo clima euro disco. O ápice desta fase disco queen chega em “We dance to the beat”, uma das melhores tracks recentes para pista de dança. Mas não daquele modo exagerado dos americanos. É tudo europeiamente frio, mas sem perder o balanço.
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