Pages

21 de abr. de 2011

Estreia: A Garota da Capa Vermelha

EUA, 11. Direção de Catherine Hardwicke. Com Amanda Seyfried, Julie Christie, Gary Oldman, Michael Hogan, Shiloh Fernandez, Max Irons, Lukas Haas, Billy Burke, Michael Shanks,Virginia Madsen. Warner. 100 min.
O filme vem demonstrar algumas coisas:
1) não parece ser uma boa ideia essa nova moda de Hollywood em filmar contos de fadas para adultos, misturando terror com romance
2) não é recomendável ficar imitando Crepúsculo e procurar ressuscitar monstros como lobisomens.  O raio não costuma cair duas vezes no mesmo lugar
3) agora a gente entende por que a diretora Catherine Hardwicke foi dispensada depois do primeiro filme do Crepúsculo, já este trabalho tira as dúvidas, ela realmente não é boa realizadora, não consegue criar o clima necessário, nem segurar a história. Não sabe escalar elenco direito, nem desenvolver roteiro e se perde numa fita híbrida que não sabe explorar nem mesmo o geralmente indestrutível Gary Oldman.
Nem mesmo Amanda Seyfried parece a figura ideal para viver esta variante de Chapeuzinho Vermelho (eles fazem piada com aquele diálogo "para que essa boca tão grande?" etc e tal, que surge numa cena de pesadelo).
Ela já foi vista em tudo que é filme e não é mais uma teen inocente, até seus grandes olhos esbugalhados parecem cansados. Mas enfim, tudo é tão errado, que fica difícil apontar culpados.
Talvez o mais grave seja a direção de arte que parece ter se inspirado em filmes soviéticos dos anos 50 com um colorido esquisito, sem se resolver em forçar o clima de aldeia medieval ou partir para a folhinha de paisagens geladas.
Como filme de lobisomem, então, o filme é um equívoco, já que os bichos aparecem rápido e mal, de forma confusa enquanto a história é a banal de sempre. Uma aldeia sofre porque há lobisomens na região (que eles afastam com sacrifícios de bichos), mas contratam um especialista no assunto, um líder militar (Oldman) que lembra que pode haver um deles infiltrado no lugar (porque basta ser arranhado para ficar contaminado).
Enquanto isso,  Valerie (esse é o nome da heroína que usa capas compridas vermelhas que são fotogênicas na neve), vejam que originalidade, está entre dois amores, dois jovens que a amam, um pobre, outro rico, ambos os rapazes que têm caras esquisitas, um frágil que é o Max Irons, Henry Lazar, o filho sem tônus do Jeremy Irons e outro mais exótico Peter (Shiloh Fernandez).
Também pela aldeia perambulam duas veteranas ilustres, Julie Christie e Virginia Madsen e, imaginem o erro, também Billy Burke, o pai da  heroína, o xerife de Crepúsculo (o que só força a semelhança).
Não especialmente violento ou erótico para não afastar teens, mas não aprofunda qualquer interpretação mais psiquiátrica do conto (como A Companhia dos Lobos), talvez porque a diretora é descuidada e sem talento mesmo.
Resultado: custou US$ 42 milhões e não rendeu mais de US$ 36  milhões (não se esquecem que para se pagar teria que render por volta de US$ 130 milhões). Mais um fracasso neste ano onde pouca coisa tem dado certo.
Aliás, ano passado não foi assim também e só se salvou nos dois últimos meses?

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Just Fama Pelo Mundo

Procure aqui