Pages

27 de ago. de 2010

Série “Bipolar” quer desmistificar clichês de uma suposta realidade policial


Nos últimos tempos, as emissoras da TV aberta têm investido em um novo segmento já quase esgotado pela TV paga: as séries e/ou minisséries policiais. Recentemente, a Globo exibiu as mini “Na Forma da Lei” e “Força-Tarefa”. A Record apostou no formato em 2009 e produziu “A Lei e o Crime”. Os canais pagos também investiram nas produções brasileiras: a Fox fez “9 MM – São Paulo” em 2008 e a HBO fez “Mandrake” em 2007.

Agora, o Canal Brasil se prepara para lançar a sua própria: “Bipolar”, um drama psicológico policial que investiga os diferentes polos do universo criminal que estreia dia 2 de setembro. Com 12 episódios de 25 minutos cada, a série focaliza a vida pessoal e profissional de três investigadores de polícia que trabalham em uma delegacia da Moóca, em São Paulo. Carlão (Rodrigo Brassoloto), Latrina (Sérgio Cavalcante) e Diana (Sílvia Lourenço) são as três peças-chave dessa história dirigida por Edu Felistoque, que retirou a ideia e alguns personagens a partir de dois filmes, um seu –”Inversão”– e outro produzido por ele –”400 contra 1- Uma História do Crime Organizado”–, mas dirigido por Caco Souza.

Felistoque conta que “Bipolar” é uma estória desarmada, pois nela a intenção é retratar os policiais de forma mais realista, sem roupas limpas e caras embonecadas. A ideia, de acordo com o diretor, é “desmistificar os clichês de uma suposta realidade policial que costuma ser falsamente vendida pelo cinema e pela TV. O foco não está nas armas de fogo e nem no sangue jorrando, mas sim na cólera, na traição, na solidão e na mentira, que são armas muito mais perigosas.”

O nome da série, segundo Edu Felistoque, é apenas uma alusão à doença também conhecida como psicose maníaco-depressiva. “Essa perturbação que leva uma pessoa da euforia à depressão em segundos, mostrando comportamentos opostos e ambivalentes, estão expressos na vida de alguém que trabalha como policial: um cara que prende e mata bandidos de dia, ganha mal, chega em casa e precisa tentar ignorar tudo isso e ter uma vida normal”, completa.

O destaque da produção certamente é Rodrigo Brassoloto, uma espécie de tenente Wilson do seriado –personagem de Murilo Benício em “Força-Tarefa”. Carlão é um policial duro, cheio de casos com mulheres jovens e bonitas, e com muitos traumas na bagagem. Seu papel é originalmente do filme “Inversão”. “O Edu [Felistoque] construiu esse personagem para mim e quando surgiu a oportunidade de dar vida a ele novamente, adorei”, diz.

A série tem bons atores, ainda que desconhecidos do grande público, mas carece de uma melhor amarração entre os episódios. A produção é cinematográfica –a série é a primeira da televisão brasileira a utilizar a câmera Red One 4K, o que garante mais qualidade e textura de imagem– e a narrativa é daquelas que prendem você no sofá. Porém, ao menos nos quatro primeiros episódios, a impressão que se tem é de um bom programa que ainda precisa dizer a que veio.

A história de um serial killer que mata um rapper permeia o primeiro capítulo, mas provavelmente não será solucionada. Felistoque afirma que a resolução de casos criminais não é o foco de “Bipolar”, mas sim as vivências e os problemas enfrentados pelos policiais. “Não sabemos, por exemplo, se o crime do rapper será resolvido. São seis histórias que se desenvolvem ao mesmo tempo e que se unem. Mas é preciso ver até o final para saber o que cada personagem está realmente fazendo nesta série”, diz.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Just Fama Pelo Mundo

Procure aqui