O médico de Michael Jackson, Conrad Murray, vai enfrentar julgamento a partir de 28 de março, por homicídio culposo, disse nesta terça-feira (25) seu advogado, depois da audiência na Corte Superior de Los Angeles, durante a qual foi lida a acusação formal.
- O doutor Murray, que alegou inocência, aguarda a oportunidade de contar finalmente a própria versão dos fatos.
A promotoria acusa Conrad Murray, 57 anos, de ter administrado propofol, um forte analgésico, para ajudar Michael Jackson a dormir, provocando a morte do cantor.
Durante as audiências preliminares, o promotor David Walgren afirmou que Murray cometeu várias falhas de procedimento, que levaram à morte do Rei do Pop.
Segundo o promotor, Murray não chamou o serviço de emergência de imediato e também não informou aos paramédicos o que havia feito com a vítima.
O médico teria ainda errado no procedimento de reanimação do Rei do Pop.
O paramédico Martin Blount revelou ao tribunal que Murray retirou material médico da mansão de Beverly Hills onde o cantor morreu e que também negou, a princípio, ter administrado remédios a Jackson.
Blount disse ainda que quando os paramédicos chegaram à mansão de Jackson, ele já parecia morto, apresentando a pele fria e os olhos dilatados.
O depoimento de Blount respaldou a versão de seu colega Richard Senneff, para quem Jackson pode ter deixado de respirar entre 20 minutos e uma hora antes de sua chegada, quatro minutos após receber a ligação de emergência.
Blount afirmou ter visto Murray com uma injeção e que três frascos do analgésico lidocaína, que estavam no chão, foram recolhidos posteriormente pelo médico.
Também testemunharam duas médicas do Centro Médico Ronald Reagan, que declararam a morte de Michael Jackson às 14h26 local do dia 25 de junho.
Segundo as duas médicas, Jackson "estava morto quando chegou", e Conrad Murray não informou, em nenhum momento, que havia administrado o analgésico propofol no astro pop.
Richelle Cooper disse que fez perguntas a Murray sobre os medicamentos tomados por Michael Jackson e que o médico citou apenas o ansiolítico Lorazepam.
A cardiologista Thao Nguyen confirmou que Murray jamais citou o propofol.
O médico Christopher Rogers, chefe do Instituto de Medicina Legal de Los Angeles, revelou que Michael Jackson gozava de boa saúde quando ocorreu o incidente que provocou sua morte.
Segundo Rogers, o Rei do Pop estava bem aos 50 anos, pesando 62 kg e com 1,80 m de altura.
Rogers, encarregado da autópsia de Michael Jackson, confirmou que a morte foi provocada por overdose de propofol, analgésico que o Rei do Pop utilizava como sonífero.
A uma pergunta sobre se manteria a qualificação de homicídio mesmo sabendo que Jackson administrou por conta própria o propofol, Rogers respondeu que "diante da qualidade dos cuidados" administrados por Murray, "diria que sim, mesmo sem administrar o propofol".
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