A franquia “Piratas do Caribe” poderia tranquilamente ter terminado no terceiro filme de forma digna, tanto para a Disney que lucrou muito, quanto para o público que viu a história cair drasticamente de nível entre o primeiro e o terceiro longas. Como estamos falando de Hollywood, Disney e do produtor Jerry Bruckheimer, a ganância por mais lucro sempre vem antes de qualquer coisa, daí surge “Piratas do Caribe: Navegando em Águas Misteriosas”.
Com as saídas de Keira Knightley e Orlando Bloom, o produtor Jerry Bruckheimer pôde realizar um sonho antigos do fãs: criar um filme que fosse totalmente centrado no Capitão Jack Sparrow (Johnny Depp), onde ele pudesse fazer suas loucuras, mantendo seu trejeitos que conquistaram até a Academia, correndo de mãozinhas levantadas durante novas 2 horas e pouco de projeção.
Na nova aventura, Jack Sparrow continua sendo um fugitivo, caçado pelo governo britânico, agora representado pelo Capitão Barbossa (Geoffrey Rush), que mudou de lado e deixou de ser um pirata. Como Sparrow está sem o seu navio Pérola Negra, ele parte em busca de uma nova tripulação e embarcação para partir para sua nova aventura, que desta vez envolve a mítica Fonte da Juventude. Para tanto, terá que se aliar a Angelica (Penélope Cruz), um antigo amor que na verdade é filha do temível pirata Capitão Barba Negra (Ian McShane).
A trama do quarto filme, escrita pelos mesmos roteiristas dos anteriores, Terry Rossio e Ted Elliott, é menos confusa e mais bem estruturada do que as continuações do filme original, mas também é a mais cansativa da franquia, com correrias, explosões e fugas que parecem nunca terminar.
O diretor Rob Marshall assume o barco sem se arriscar em fazer inovações, optando por superdimensionar todos os elementos que levaram a franquia a ser um sucesso, com muita ação (cada vez mais parecida com “Indiana Jones”), lutas e mais lutas, perseguições e ainda mais ênfase em Jack Sparrow. Pelo menos, Johnny Depp se mostra cada vez mais à vontade na pele do pirata.
A entrada de novos personagens não tira o foco de Sparrow, já que a maioria não passa de clichês ambulantes. Penélope Cruz forma uma dupla razoável com o protagonista, até o momento em que sua personagem abandona o seu lado “mulher forte”, perde a graça e fica irritante. McShane entrega mais uma boa atuação, embora seu Barba Negra tenha sido encaixado da maneira incorreta na história.
Infelizmente, os outros dois novos coadjuvantes, o religioso Philip (Sam Claflin) e a sereia Syrena (Astrid Bergés-Frisbey), conseguem ser ainda mais chatos do que Elizabeth (Knightley) e Will (Bloom). Escolheram um ator sem expressão alguma e uma atriz muito bonita, que só sabe fazer biquinho durante toda a história.
Este é o filme da série que mais se assemelha a um passeio em parque temático da Disney World – que foi, de fato, a inspiração original da franquia. Ao menos, o primeiro filme trazia um ar de novidade para um gênero que realmente precisava de novas ideias. O problema é que parece que só havia uma nova ideia. Repetida filme após filme, ela já não é exatamente nova.
Com “Piratas do Caribe: Navegando em Águas Misteriosas”, os fãs da franquia ganham mais do mesmo, amplificado em ação e 3D, e ninguém vai convencê-los de que se trata de uma maratona de ideias recicladas.
Claro que, se você não acha tedioso repetir o mesmo passeio quatro vezes, vai se divertir muito com o filme. É sinal que ainda tem o entusiasmo de uma criança diante dos brinquedos e é incapaz de compreender porque os adultos sem graça já estão achando tudo isso muito chato. Se lhe servir de argumento para continuar incentivando a Disney e Bruckheimer, enquanto você estiver pagando, eles vão continuar te embalando em novos capítulos dessa Disneylândia pirata.
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Piratas do Caribe: Navegando em Águas Misteriosas
(Pirates of the Caribbean: On Stranger Tides, EUA, 2011)
Pipoca Moderna
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