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28 de fev. de 2011

Bruna Surfistinha é a nossa Justin Bieber

Sinceramente? Eu fui ao cine Odeon no Rio de Janeiro, na pré-estréia do filme Bruna Surfistinha, preparado para ver uma grande merda cinematográfica em tela grande. Não por causa da Deborah Secco, que eu considero uma boa atriz, mas porque o blog e os dois livros da Bruna Surfistinha são uma merda. Eu sei disso. Eu acompanhava os posts da Bruna, o ranking de performance dos clientes (não, eu nunca fui cliente da Bruna, não é recalque) e já dei uma olhada nos dois livros. São bem ruins.
Outro fato que me levou a duvidar do filme é o prazo em que ele foi lançado. A Bruna Surfistinha fez sucesso em 2006 e o filme está sendo lançado só agora, cinco anos depois. Eu tentei entrevistá-la na época, falei por telefone com aRaquel Pacheco e marcamos de nos encontrar no dia seguinte, mas ela furou comigo (sem duplo sentido) e eu fiquei com o pau na mão (hummm… com duplo sentido).
A verdade é que eu assisti ao filme e caí do cavalo. Fui surpreendido por uma história inteiramente interessante. Em nenhum momento eu achei que a narrativa teve uma “barriga” — como os cineastas costumam chamar aquele tempo no filme em que você cogita a possibilidade de dar uma dormidinha — e algumas cenas me pareceram bem fortes para o que eu estou acostumado a ver em produções nacionais.
O filme começa com uma Raquel de 17 anos, no colégio, sendo a garota menos popular da turma, ou melhor, muito popular, mas de uma maneira diferente. Sabe quando se está no colégio e rola a história da fulana que deu para ciclano, no outro dia chupou beltrano e por isso tem a fama de ser a puta da turma? Pois é, essa garota é a Raquel e isso ficou muito claro no filme.
Deborah Secco vive Bruna Surfistinha, quando ela era feia e estava no colégio
Deborah Secco vive Bruna Surfistinha, quando ela era feia e estava no colégio
O que não ficou claro foi o motivo dela sair de casa (pelo menos não para mim). Eu vi umas duas ou três cenas da família em silêncio na mesa de jantar, sem conversa, sem papo e com um irmão mais velho enchendo o saco. Só. Se isso fosse motivo para virar puta, eu com certeza estaria vendendo o meu corpo em alguma esquina escura de Copacabana.
Depois disso (dela sair de casa, não de eu vender o meu corpo em Copacabana) começa a parte forte do filme. Uma garota nova em um puteiro sujo de São Paulo fazendo o seu primeiro programa. A cena é bem filmada, a Deborah está sensacional no papel da garota insegura e o ator Cassio Gabus Mendes não perdoa, tira a roupa dela, joga-a de bruços na cama e PIMBA!
Essa é uma das cenas mais fortes do filme. Ela faz sexo com raiva, percebe-se claramente que ainda não tem certeza se era isso o que queria, mas não tem volta. O olhar da atriz direto para a lente da câmera faz parecer que ela está te encarando enquanto se transforma da garota de classe média que acabou de fugir de casa em uma mulher que vai passar a vender o corpo por quarenta reais.
Ela está ali, sem pudor, de quatro para os mais variados tipos de homens. Do galã atlético, passando pelo jogador de futebol (há uma surpresa aí) até o mecânico gordo e suado que só quer uma chupeta “daquela garota com cara de surfistinha”.
Nem tudo é só desgraça e sexo, há partes bem humoradas do filme. Destaco uma só para não revelar muito: Drica Moraes é a cafetina do lugar e acabou de achar cocaína em um dos quartos. Não é da Bruna, mas todas ficam quietas diante do esporro. Ela diz algo como “Tão pensando que isso aqui é o que!? Acha que eu preciso de vocês!? Tá cheio de garota bonita lá fora querendo esse emprego! Meninas melhores que vocês! Universitárias…”
Eu ri.
Mas se você pensa em ir ao cinema para ver a Deborah Secco nua, não se arrependerá. O que se vê na tela faz o Sexytime parecer a TV Globinho dos filmes eróticos — aqueles em que os atores estão nus, transando, mas você não vê nenhuma penetração. É como o sexo da Barbie com o Ken.
Deborah Secco interpreta Bruna Surfistinha quando ela já fazia sucesso (mas continuava feia)
Deborah Secco interpreta Bruna Surfistinha quando ela já fazia sucesso (mas continuava feia)
Não é um filme para você levar os seus pais, mas dá para levar a namorada. Tem sacanagem mas tem a história de uma mulher que não sabia muito o que queria da vida, não tinha limites, não tinha pudores e quase morreu de overdose de cocaína porque achava que isso resolvia os seus problemas.
No final você percebe que aquela garota de programa que tinha um blog famoso em 2006 passou por situações que nenhuma mulher jamais pensou em passar. Ela começou nova, ralou muito na profissão (!), teve a sua guinada na vida por causa da internet, fez muito sucesso e agora tem um filme com o seu nome.
Bruna Surfistinha é o nosso Justin Bieber.

Um comentário:

  1. Jura? Não entendi a comparação de Bruna Surfistinha com o Justin Bieber... A comparação parece muito forçada.

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